Plano de parto é uma forma de comunicação entre o casal e os profissionais de saúde, incluindo obstetrizes e médicos, que irão assistir a gestante durante o trabalho de parto e parto.
Em resumo:
- Trabalho de parto e parto que a gestante gostaria de ter
- Situações durante o Trabalho de parto e parto que a gestante gostaria de evitar.
- O que a gestante/parturiente expressamente proíbe e não concorda que seja feito com ela ou o bebê
É importante lembrar que a protagonista do parto é a mulher e ela deve decidir as intervenções que deseja em seu corpo.
Lembrando que é importante ter uma equipe de assistência que exerça a medicina baseada em evidências científicas mais atualizadas, mas que medicina não é ciência exata então decisões sempre envolvem percepção de risco também, sendo assim sempre busque entender se a percepção de risco da sua equipe está alinhada com a sua e se sua equipe está pronta para te apoiar e respeitar as suas escolhas e decisões.
Outro ponto importante é que as tomadas de decisão sejam sempre com responsabilidade compartilhada entre a mulher e a equipe que está assistindo-a nesse momento, salvo casos de real emergência em que as intervenções precisem ser imediatas e sem tempo para nenhuma outra atividade que não seja intervir para salvar a vida da mãe e do bebê. Ou seja, a mulher sempre precisa ser consultada antes de qualquer tipo de escolha e decisão caso a questão não esteja expressa em seu plano de parto.
Deve-se levar em conta que o trabalho de parto e parto são eventos dinâmicos e mesmo os melhores planos de parto reconhecem que as coisas podem não sair de acordo com o planejado. Por isso, inclua em seu plano de parto também como deve ser a conduta da sua equipe caso seu plano de parto não contemple o cenário que você planejou.
O papel do acompanhante
O acompanhante também tem um papel fundamental no processo de elaboração do plano de parto. É o momento em que ele também poderá estudar mais, se aprofundar nos assuntos e tirar suas dúvidas, além de entender e gravar os desejos dessa parturiente.
O acompanhante será os olhos, ouvidos e voz dessa mulher caso ela não possa intervir para que seus desejos sejam atendidos, e isso é uma grande responsabilidade e, também, um enorme exercício de confiança e cumplicidade entre acompanhante e parturiente. Lembre-se você é o guardião dessa mulher e responsável por garantir que as escolhas dela sejam respeitadas! Informa-se e prepare-se para assumir esse papel!
A doula/educadora perinatal e o plano de parto
O papel da doula/educadora perinatal nesse processo é apoiar a mulher na elaboração do plano de parto, tirando dúvidas e fornecendo as evidências científicas necessárias para que essa gestante possa fazer escolhas conscientes e baseadas tanto nas evidências em si, quanto nos seus desejos e intuições.
Entenda que o formato do plano de parto, o que terá de conteúdo e a forma de se colocar são de responsabilidade da gestante, pois esse é um exercício de conexão ainda maior com seus desejos e necessidades. Através desse exercício ela poderá perceber quais pontos ela ainda tem dúvidas.
A doula/educadora perinatal pode indicar os principais pontos que são interessantes de serem incluídos no plano de parto, mas cabe a mulher decidir se fazem sentido para ela, assim como cabe a mulher decidir se deseja ou não fazer o plano de parto e entregar para sua equipe.
Para quem devo entregar meu plano de parto?
Faça cópias suficientes para entregar para toda a sua equipe de assistência, ter uma cópia com seu acompanhante, uma cópia no seu prontuário médico (peça para ele ser anexado) e outro de reserva na sua pasta de documentos.
Algumas maternidades públicas têm pedido o plano de parto durante o pré-natal, protocolando este documento na pasta da futura parturiente.
Não fique constrangida em fazer seu plano de parto. Este é um documento garantido pela legislação brasileira e tão importante que é recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para melhorar, no mundo todo, o nível do atendimento oferecido às parturientes e recém-nascidos.
Segundo diretrizes do Ministério da Saúde sobre pré-natal e parto, cabe a profissionais de saúde perguntar se a mulher tem um plano de parto escrito, ler e discutir com ela, levando-se em consideração as condições para a sua implementação, tais como a organização do local de assistência, limitações (físicas, recursos) relativas à unidade e a disponibilidade de certos métodos e técnicas. Ou seja, o profissional que acompanhar você deve, por lei, receber e conversar sobre o seu plano de parto ao longo da gravidez.
A força maior do Plano de Parto é ser um guia para você entender como acontece o parto domiciliar ou dentro do hospital e principalmente para que você converse durante o pré-natal com a equipe que irá te assistir, entendendo qual é a prática rotineira da equipe contratada ou da equipe plantonista do hospital que irá prestar a assistência. Nestas conversas é possível entender se será preciso acordar algumas intervenções ou até entender antes do parto que a assistência escolhida não vai conseguir te atender no modelo que você entende ser melhor e mais seguro.
Ou seja, mais do que levar o papel impresso no momento do parto na maternidade, a força maior deste documento acontece antes do parto, nas consultas de pré-natal, te ajudando a entender se a equipe que você terá ou escolheu poderá de fato te atender de acordo com o que você gostaria.
Formatos de plano de parto
Não existe forma definida para seu plano de parto! Pode ser em formato de carta, uma simples lista, poema, desenho, uma música, usar somente imagens e símbolos, caixinhas de seleção. Pode ser de próprio punho ou digitada no computador…. Ou seja, use sua criatividade entendendo que também é importante que seja um documento claro e objetivo para que todos possam entender seus desejos!
Você pode achar diversas opções e modelos de plano de parto na internet. Que tal começar hoje mesmo a planejar e montar o seu?